O que significa remissão de um câncer hematológico?

Sempre que estamos frente a um câncer hematológico, estratégias terapêuticas são implementadas para que se atinja um objetivo final, a cura. Entretanto, antes de considerar uma doença curada, é preciso que se atinja uma remissão. 

O que significa remissão de um câncer hematológico

Mas o que é remissão de um câncer ? 

No texto abaixo, vamos abordar conceitos de remissão e cura de um câncer hematológico, bem como estratégias de acompanhamento do paciente após um tratamento oncológico. 

O que é remissão de um câncer?

Após um determinado tratamento onco-hematológico, além de uma avaliação clínica detalhada, uma série de exames é realizada a fim de avaliar o status de resposta da doença àquele tratamento realizado. O objetivo inicial é que seja atingida uma remissão, preferencialmente completa.

Remissão significa que a doença respondeu ao tratamento realizado e está sob controle – não há sinais e/ou sintomas de doença e células doentes não são detectadas pelos exames disponíveis. 

Diferenças entre remissão e cura 

Remissão e cura não são a mesma coisa. 

A remissão completa significa que não há sinais e sintomas relacionados ao câncer e os exames realizados após o tratamento não conseguem detectar a presença de qualquer sinal de doença. Deve se levar em conta, entretanto, que os exames atualmente disponíveis, apesar do grande avanço na área, nem sempre apresentam uma sensibilidade tão alta para detectar células neoplásicas em pequena quantidade – o que pode ocasionar uma futura recaída.

A remissão parcial significa que ainda há sinais da presença da doença, apesar de haver uma redução significativa na carga tumoral em relação ao diagnóstico. Aqui, o risco de recaída de uma doença é significativamente melhor em relação à uma remissão completa.

Quando a remissão se torna cada vez mais prolongada, o risco de recaída da doença reduz progressivamente, de modo que torna-se muito baixo após 5 anos de remissão. Assim, o paciente que permanece em remissão completa por cinco anos ou mais, normalmente, é considerado curado. Raramente, algumas células neoplásicas podem permanecer no organismo silenciosas por muitos anos após o tratamento e ocasionar uma recaída tardia.   

Quanto tempo dura o período de remissão? 

Cada caso deve ser individualizado, porém convencionou-se o período de remissão como sendo de 5 anos. 

Como comentado acima, após 5 anos em que um câncer hematológico encontra-se em remissão completa, ele é considerado curado. 

Durante o período de remissão são necessários outros tratamentos?

Na maioria dos casos, durante o período de remissão o paciente é apenas acompanhado regularmente pelo seu médico especialista – são realizadas consultas médicas com intervalos de tempo curtos para que uma avaliação clínica e exames complementares sejam realizados a fim de constante avaliação do status de remissão da doença.  

O objetivo do acompanhamento é justamente detectar precocemente uma eventual recaída de doença para que novos tratamentos sejam iniciados precocemente.

Em alguns casos específicos de câncer hematológico, há terapias de consolidação e manutenção disponíveis. A ideia é tentar “aniquilar”qualquer célula doente que possa ter escapado do tratamento e não é detectada pelos exames atuais, e diminuir o risco de recaída, aumentando as taxas de cura. Exemplos de terapia de consolidação e manutenção: imunoterapia ou radioterapia para alguns casos de linfoma, medicamentos imunomoduladores para casos de mieloma múltiplo e etc. 

Após a cura, o paciente não precisa mais se preocupar com o câncer?

Em geral, o acompanhamento de um paciente oncológico perdura por toda a vida. Após considerado curado, as consultas são espaçadas progressivamente até que cheguem a um intervalo anual. 

Além de um contínuo monitoramento da saúde do paciente, é importante manter o seguimento para que sejam identificados possíveis complicações e efeitos colaterais tardios relacionados ao tratamento oncológico realizado. 

Pacientes que realizaram transplante alogênico de medula óssea como tratamento devem especialmente manter um acompanhamento contínuo, visto que o paciente transplantado apresenta uma série de complicações tardias e cuidados específicos devem ser tomados.

Conheça a Dra. Aliana Ferreira! 

A Dra. Aliana Ferreira é especialista na investigação, tratamento e melhoria da qualidade de vida de pacientes acometidos por doenças hematológicas e onco-hematológicas.

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dra. Aliana Ferreira Especialista em onco-hematologia e transplante de medula óssea.

Médica formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Fez residência médica em Clínica Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), em Hematologia e Hemoterapia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e em Onco-hematologia e Transplante de medula óssea pelo Hospital Sírio Libanês.
CRM-SP nº 158591

Endereço

Centro de Oncologia - Hospital Sírio Libanês
Unidade Itaim
Rua Joaquim Floriano, 533
São Paulo - SP

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