Hiperferritinemia: quando se preocupar?
A ferritina é a principal proteína que armazena o ferro, sendo encontrada em todas as células do organismo. Essa proteína é produzida pelo fígado e suas funções básicas são: carregar ferro e mediar o processo de inflamação. Por estar envolvida no transporte do ferro, há uma relação entre os níveis da proteína com os do mineral.
Quando ocorre o aumento da ferritina, acontece o que chamamos de hiperferritinemia, detectada em exame laboratorial de rotina.
♦ A principal causa do aumento da ferritina é a resposta a algum processo inflamatório. Os motivos mais comuns são: síndrome metabólica, doenças hepáticas (esteatose, consumo de álcool e hepatites), artrite reumatoide, câncer e infecções, como pneumonia ou Covid-19. Nestes casos, a ferritina poderá estar elevada, sem que haja de fato uma sobrecarga de ferro.
♦ Hemocromatose hereditária: doença causada por mutações em genes envolvidos na regulação da absorção do ferro, com acúmulo deste elemento em órgãos e tecidos, favorecendo a ocorrência de disfunções orgânicas. Os órgãos-alvo do acúmulo de ferro são coração, fígado e pâncreas.
A preocupação maior é quando estamos diante de um caso de hiperferritinemia com sobrecarga real de ferro. Além da ferritina elevada, nestes casos observamos aumento nos índices de saturação de transferrina. É importante que um diagnóstico precoce seja feito para que o tratamento de retirada de ferro do organismo seja iniciado.
INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dra. Aliana Ferreira Especialista em onco-hematologia e transplante de medula óssea.Médica formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Fez residência médica em Clínica Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), em Hematologia e Hemoterapia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e em Onco-hematologia e Transplante de medula óssea pelo Hospital Sírio Libanês.
CRM-SP nº 158591
