Qual a diferença entre leucemia aguda e crônica?

Muitas pessoas desconhecem, mas a leucemia possui duas vertentes distintas com diferenças cruciais entre si. A depender do seu tipo, a doença pode ser mais branda ou mais agressiva, variando quanto ao prognóstico e tratamento.

Neste artigo falaremos um pouco mais sobre as leucemias agudas e as leucemias crônicas, focando em suas diferenças e tratamentos possíveis.

Acompanhe!

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Os diferentes tipos de leucemia

Nos tópicos a seguir estão descritos os dois tipos de leucemia e as suas diferenças. Leia com atenção!

Leucemias Agudas

As leucemias agudas são caracterizadas por uma disfunção rapidamente progressiva da medula óssea, nossa “fábrica”  de células do sangue. Ocorrem alterações genéticas nas células tronco hematopoiéticas, resultando em uma produção excessiva de células imaturas chamadas blastos. Os blastos ocupam rapidamente a medula óssea ocasionando duas consequências principais: redução da produção de células normais e  liberação dos blastos para a corrente sanguínea

Isso causa diversos sintomas ao indivíduo acometido, sendo os principais:

  • Astenia e fraqueza, geradas pelo déficit de glóbulos vermelhos;
  • Febre e aumento de infecções, causadas pelo déficit de células de defesa;
  • Hemorragias, devido ao déficit de plaquetas;
  • Dor óssea;

As leucemias agudas se subdividem de acordo com a célula afetada:

  • Leucemia linfoide aguda (LLA): afeta majoritariamente crianças e em muitos casos pode ser tratada apenas com quimioterapia, sem a necessidade de um transplante de medula óssea;
  • Leucemia mieloide aguda (LMA): é mais comum em pessoas idosas e mais frequentemente requer um transplante de medula óssea além de quimioterapia.

Leucemias Crônicas

As leucemias crônicas também são doenças com origem na medula óssea, porém com evolução lenta e indolente. Ocorre um acúmulo de células maduras na medula óssea e posteriormente no sangue. Aqui, não existe a dispersão de células imaturas, os blastos, diferente do que ocorre nas leucemias agudas.

Pacientes acometidos por leucemias crônicas muitas vezes são assintomáticos, e a doença só é detectada através de alterações observadas no hemograma. O número anormal de células sanguíneas levanta a hipótese de uma leucemia crônica e uma investigação direcionada é realizada. 

As leucemias crônicas também se subdividem de acordo com a célula afetada: 

  • Leucemia linfoide crônica (LLC): geralmente não precisa de nenhum tipo de tratamento, apenas acompanhamento médico. Pode acometer pessoas de todas as idades;
  • Leucemia mieloide crônica (LMC): exige tratamento medicamentoso à base de inibidores da tirosina quinase, fármacos não quimioterápicos.

Nos seus dois subtipos a leucemia crônica é considerada branda e com baixa mortalidade.

Diferenças principais entre as leucemias agudas e crônicas

As principais diferenças entre as leucemias agudas e crônicas são:

  • Maturidade das células produzidas pela medula óssea: enquanto na leucemia aguda células imaturas são liberadas para a corrente sanguínea, na leucemia crônica células maduras são produzidas;
  • Quantidade de células produzidas: na leucemia aguda há um excesso de blastos e um déficit de células normais, enquanto na leucemia crônica há um superávit de células doentes produzidas pela medula óssea com demais células em níveis normais;
  • Sintomas: na leucemia aguda são severos e incapacitantes, enquanto na leucemia crônica os pacientes permanecem assintomáticos por períodos longos;
  • Tratamentos: as leucemias agudas comumente são tratadas com quimioterapia e transplante de medula óssea, enquanto as leucemias crônicas são tratadas com medicamentos via oral (LMC e LLC) ou esquemas de quimioterapia mais brandos (LLC);
  • Prognóstico: as leucemias agudas possuem um índice de mortalidade relativamente alto, enquanto a maioria dos pacientes com leucemias crônicas convivem com a doença por períodos prolongados.

Um tratamento guiado por um especialista pode fazer toda a diferença!

A leucemia, independente do tipo, é uma doença grave que precisa de atenção especial. Nestes casos, o médico indicado é um onco-hematologista.

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dra. Aliana Ferreira Especialista em onco-hematologia e transplante de medula óssea.

Médica formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Fez residência médica em Clínica Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), em Hematologia e Hemoterapia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e em Onco-hematologia e Transplante de medula óssea pelo Hospital Sírio Libanês.
CRM-SP nº 158591

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Centro de Oncologia - Hospital Sírio Libanês
Unidade Itaim
Rua Joaquim Floriano, 533
São Paulo - SP

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